A Meditação
Ver um mundo num grão de areia
E o céu numa flor silvestre,
Segurar o infinito na palma da sua mão
E a eternidade numa hora
William Blake
No Yoga a meditação é conhecida por dhyana, e é impossível ser definida por termos concretos. Como todas as experiências subjectivas, é difícil de ser descrita por palavras. Mas, uma experiência prática, mesmo a um nível baixo, pode mudar a vida. É algo que tem de ser explorado e experimentado por cada um.
As técnicas das práticas que conduzem à meditação são razoavelmente fáceis de aprender, mas só vão trazer resultados se forem praticadas regularmente e com dedicação.
Existem muitos sistemas e métodos para provocar um estado de meditação. No yoga o método mais sistemático para alcançar estados de meditação é o do raja yoga. O raja yoga está descrito no Yoga Sutra de Patanjali, dividido em oito estágios, e abordado em textos anteriores. Na meditação existem três estágios distintos:
1º pratyahara – abstracção dos sentidos;
2º dharana – concentração;
3º dhyana - meditação.
Pratyahara - o maior obstáculo à meditação é a mente, mas antes que seja possível enfrentá-la, devemos dominar os sentidos. Desde o dia que nascemos, somos educados a permanecer atentos ao mundo exterior e toda a nossa motivação é conduzida para as experiências externas. O processo do pratyahara visa reduzir a zero as impressões que são comunicadas à mente pelos sentidos, desconectando a consciência dos seus órgãos, e conduzindo esta à interiorização. Sem o domínio do pratyahara, é impossível aceder ao dharana.
Dharana - a concentração, neste contexto, significa a capacidade de fixar a mente num único ponto, objecto ou pensamento, com a exclusão de todos os outros. O objecto escolhido para a concentração deve ser algo fácil, para que a sua imagem seja mantida de forma clara e sem esforço à frente dos olhos fechados.
Dhyana - é uma extensão do dharana, com a diferença que em dharana a mente tenta constantemente dispersar do objecto, em dhyana fica totalmente absorvida no objecto de concentração. A profundidade da concentração aqui é muito maior.
A meditação é um estado que não pode ser entendido intelectualmente; só se tornará conhecimento vivo através da prática e da experiência.